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1º Seminário da SPESM, Setembro 2014

A acessibilidade em Cuidados de Saúde é um fator determinante, na equidade dos mesmos em relação aos cidadãos. Problemas a este nível comprometem seriamente a qualidade dos cuidados. Múltiplos fatores poderão estar subjacentes, nomeadamente a má distribuição dos recursos, a carência dos mesmos, ou mesmo, e frequentemente os modelos organizacionais das instituições.


Neste sentido, e face à atual conjuntura, a SPESM julgou oportuno refletir sobre o tema nas suas diferentes vertentes, na tentativa de avaliar a situação atual e encontrar caminhos que possam ajudar a melhorar este decisivo fator na prestação dos cuidados.




PROGRAMA

09:15H ABERTURA

09:30H ACESSIBILIDADE: PORTUGAL HOJE!


Palestrantes: - Prof. Doutor Constantino Sakellarides, Presidente do CA da Fundação para a Saúde. Serviço Nacional de Saúde

- Prof. Doutor Caldas de Almeida, Professor de Psiquiatria e Saúde Mental da Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa - Dra. Inês Rosendo, Associação Portuguesa dos Médicos de Família


Moderadora: - Prof.ª Doutora Ana Escoval, Economista, Admin. Hosp, Professora na Escola Nacional de Nacional de Saúde Pública, Lisboa; SPESM - Lisboa


11:00H Pausa


11:30H ACESSIBILIDADE: PERSPETIVA DA COMUNIDADE!


Palestrantes: - Drª Lurdes Fernandes, Assistente Social, Asssociação de Solidariedade Social

de Lafões (ASSOL) - Enfª Sílvia Silva, ACES Entre Douro e Vouga II – Aveiro Norte - Drª Ilda Taborda, Associação Pais em Rede (Núcleo do Porto)


Moderadora: - Drª Paula Domingos, Assistente Social, Programa Nacional de Saúde Mental


13:00H Fim dos trabalhos da manhã


13:15H Almoço Livre


15:00H SESSÃO DE ABERTURA


15:15H ACESSIBILIDADE: DO MESO AO MACRO


Palestrantes: - Dr. Álvaro de Carvalho, Psiquiatra, Director do Programa Nacional para a Saúde Mental, DGS; Coordenador da Equipa de Projeto dos CCISM;

SPESM - Lisboa - Dr. Tiago Santos, Psiquiatra, Departamento de Psiquiatria e SM do CH do Baixo Vouga, EPE; SPESM - Aveiro - Dr. Rui Cernadas, Médico de MGF, Vogal da ARS NORTE


Moderador: - Dr. José Carrapatoso, Presidente da Assembleia Municipal de Lamego


16:30H Pausa


17:00 ACESSIBILIDADE: REFLEXÃO FINAL!


Relator (Sessões Plenárias): - Dr. Fidalgo de Freitas, Psiquiatra, SPESM - Viseu


17:30H ENCERRAMENTO DOS TRABALHOS


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INSCRIÇÔES

(Gratuitas; limitadas ao número de lugares).

Contactar:

Secretária da Direção: Carla Loureiro Apartado nº 36 - Est. São José, Viseu 3501- 908 VISEU e-mail: spesm@live.com.pt TLM. 96 180 06 33

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I Seminário – Acessibilidade em Cuidados de Saúde

Por Fidalgo de Freitas

Decorreu no passado dia 27, no Auditório Paroquial do Almacave em Lamego, o Seminário sobre –“Acessibilidade em Cuidados de Saúde”. Das interessantes intervenções é de ressaltar e em resumo:

A Abertura, contou com a presença do Sr. Presidente da Câmara, que fez uma curta intervenção, que não de circunstância, mas bem estruturada, arrumada e com uma visão clara dos problemas de acessibilidade dos seus munícipes.

A 1ª Mesa – Portugal Hoje, moderada pela Profª. Ana Escoval, contou com a comunicação do Prof. Saklarides, que em poucos minutos deu lição magistral, salientando de que “os serviços de saúde não são caridade, mas fruto dos nossos impostos”, referiu as desigualdades criadas pelas taxas moderadoras, nomeadamente face ao limite rígido dos 630€, as dificuldades de articulação dada a organização verticalizada dos serviços, impedindo uma adequada continuidade de cuidados, e de que a politica não é para fazer mal, mas para proporcionar bem-estar. O Prof. Caldas de Almeida, defendeu os princípios básicos para uma melhor acessibilidade, nomeadamente a Integração nos CSP, os cuidados de proximidade e as redes de cuidados. Referiu ainda que na Psiquiatria os Hospitais continuam a gastar a grande maioria dos recursos (+ de 70%), e de que os recursos financeiros poupados e decorrentes da racionalização dos serviços de Saúde Mental, desapareceram, e não ficaram disponíveis para esta área da Saúde como o previsto. A Dr.ª Inês Rosendo, apresentou uma interessante prespetiva da acessibilidade nos CSP, referiu a necessidade de articulação entre os diferentes profissionais e a necessidade de os cuidados saírem para fora das Instituições.

A 2ª Mesa – Prespetiva da Comunidade, a Dr.ª Lurdes Fernandes falou da realidade da ASSOL, e modo como foram criados mecanismos para facilitar as acessibilidades, referiu da impossibilidade de os Técnicos de Saúde Mental se deslocarem á Instituição, devido ao Sistema Informático (?), de como prestam cuidados continuados sem camas e da necessidade de adaptar a legislação às necessidades dos cidadãos. A Enfª Sílvia, apresentou um excelente trabalho no que se refere á problemática dos idosos, relembrou as desigualdades provocadas pelas taxas moderadoras, a necessidade de cuidados de proximidade, e a importância da solução de pequenos problemas que diariamente se colocam aos idosos. A Dr.ª Ilda Taborda, realçou a importância das Famílias, na exigência dos direitos dos utentes e como tal da necessidade de serem parceiros na procura das melhores soluções. Numa alusão ás situações em que condutores estacionam indevidamente nos lugares destinados a deficientes, apresentou uma sugestão de cartaz que refere “A estupidez não é considerada deficiência pelo que não deve estacionar neste lugar”.

Na 3ª Mesa – Do Meso ao Macro, o moderador da Mesa Dr. Carrapatoso, fez uma interessante introdução sobre os problemas provocados pela integração da região do Douro Sul, no Hospital de Vila Real, com agravamento marcado das acessibilidades. O Dr. Álvaro Carvalho, referiu da elevada prevalência das Doenças Mentais. E da importância da Medicina Familiar nesta área, nomeadamente o grave atraso no inicio do tratamento destas patologias, referiu ainda a importância da Acessibilidade nomeadamente na Prevenção do Suicídio. O Dr. Tiago apresentou a interessante atividade comunitária que está a desenvolver em Aveiro – Tratamento Comunitário Assertivo, chamando a atenção para a necessidade de motivar e utilizar os múltiplos recursos existentes na Comunidade, e mostrando que a Acessibilidade, não tem a ver tão só com os recursos, mas com os modelos de intervenção que se utilizam. Finalmente o Dr. Rui Cernadas, referiu a ausência de Planos estratégicos na saúde, a importância das Autarquias na resolução de muitos dos problemas de Acessibilidade, e a problemática dos Cuidados Continuados e das redes de Referenciação

Em Conclusão, podemos referir:

- A oportunidade da discussão desta temática, nomeadamente numa região do interior

- A excelente oportunidade de aprendizagem sobre a realidade e o trabalho dos outros

- A necessidade de aproveitar as experiências já realizadas, desde há longos anos, em vez de andar permanentemente a delinear novos projetos, longe da realidade

- Finalmente, concluir de que a Acessibilidade aos Cuidados de Saúde, tem a ver mais do que com os recursos, com uma gestão equitativa dos recursos, com planeamentos e avaliações adequadas, com financiamento adequado, com mais autonomia na gestão, descentralização das decisões, aproximando-as das realidade, etc.

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